VALTER,A HISTÓRIA DAS CAMISAS

O empresário Valter Cardoso de Lima completou 36 anos de atividades comerciais em Colatina no ano de 1994, na direção da loja Camiseiro do Norte, uma das pioneiras na especialidade de camisas na região. Para ele, todo esse tempo foi importante para acumular experiências e criar toda uma família voltada para o trabalho profícuo e engrandecedor.
De acordo com Valter início de sua vida profissional foi, na verdade, como funcionário na antiga Camisaria Capixaba, que existia na rua Independência (hoje Calçadão Geraldo Pereira). Depois começou seu próprio negócio, no ramo de camisas, com uma lojinha de uma porta denominada Camiseiro do Norte, ponto cedido pela proprietária da casa, Dona Milota.
Quando começou, só havia a sua loja de roupas na rua Expedicionário Abílio dos Santos. É ele quem diz: “o comércio naquele tempo era bem melhor que hoje. O ponto era alugado mas depois consegui minha sede própria no mesmo local. Havia poucas lojas em Colatina. No ramo de camisaria só havia a minha loja, a Camisaria Progresso (do Zortéia)e a Camisaria Capixaba(de Waldemar Marino).Estas eram as únicas lojas especializadas em camisas. Mais tarde é que ampliei os negócios com tecidos,calçados e roupas em geral”.
O empresário relembra que vendia muito tecido caqui, brim mesclado e Santista e o comércio colatinense, em sua opinião, sempre dependia do interior, respondendo por cerca de 90 por cento das vendas. Se o preço do café está bom, o comércio vende bem, pois esse produto ainda é o esteio da economia da região. Valter revela uma particularidade: “o pessoal da roça compra mais à vista enquanto que os fregueses da cidade vão mais para o lado do crediário”. Outra curiosidade citada é quanto ao tipo de camisas vendidas nos seus primeiros anos de loja; “só vendíamos camisas prontas se "fossem de manga comprida e lisas, ou então nas cores, como azul ou bege. Não havia o costume de usar camisas estampadas ou listradas. As outras roupas eram confeccionadas pelos alfaiates da loja. Tínhamos dois alfaiates - Melíssio Peruti e Joaquim Patrício - que tomavam as medidas dos clientes e faziam as roupas na própria loja Ninguém gostava de comprar roupa feita. Eram os alfaiates que faziam sob medida para cada freguês. Por isso, a gente tinha que ter esses profissionais na loja à disposição dos clientes que compravam nossos tecidos a ali mesmo tiravam suas medidas para a confecção da roupa conforme o gosto de cada um”.
No início do funcionamento do Camiseiro do Norte, conforme recorda-se Valter Cardoso de Lima, a rua Expedicionário Abílio dos Santos tinha pouco movimento comercial. Ele se lembra, por exemplo, da agência da Viação Águia Branca, a Relojoaria do Duca, o depósito de ferragens dos Dalla Bernardina e a Casa Esmar, que eram os únicos estabelecimentos comerciais naquela via, hoje toda tomada de lojas dos mais variados ramos.
Valter é casado com Lídia Lopes Lima, e o casal tem dois filhos: Valter e Gisele. E já estão agora também com mais dois descendentes: os primeiros netinhos.

Matéria da Revista Nossa de outubro de 1994.

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