PIONEIRA DO MERCADO MUNICIPAL DE COLATINA


O Mercado Municipal de Colatina teve sua história contada por uma das mais antigas comerciantes do local na época dessa reportagem para a revista Nossa, em março de 1993: Maria Zago Fidélis, a conhecida Dona Maria.
A vida de Dona Maria em Colatina começou em 1951, quando mudou-se de sua cidade natal, Afonso Cláudio, com o marido Genésio e os filhos. Nesta mesma época abriu a sua banca no Mercado Municipal:
“No início nossas banquinhas eram feitas de ripas, depois passaram a ser de tábuas. Mais tarde veio a ser de alvenaria e, posteriormente, de concreto armado."

Em 1955 o marido faleceu e Dona Maria assumiu totalmente o comando dos negócios e até o ano da reportagem, em 1993, ela continuava a frente da banca 26, mantendo a tradição de pioneira no Mercado Municipal. Ela contava com a colaboração das filhas Tereza e Berenice.

O Mercado Municipal é até hoje um patrimônio tradicional de Colatina, pelo que representou no passado e o que representa ainda hoje para a população da região. O local é, praticamente, uma central de hortifrutigranjeiros. Dona Maria, por exemplo, revelou que trabalhou a maioria dos anos com verduras, frutas e legumes, só se afastando ultimamente desse ramo, convertendo-o para artigos diversos, sementes, alguns cereais e produtos para a lavoura.

Dona Maria tinha boa memória, e para provar isto ela não deixava de lembrar dos tempos áureos: ”O movimento de café foi muito bom para o comércio no início da década de 60, quando correu muito dinheiro pela região e os preços eram estáveis.”


ENCHENTE

A enchente que ocorreu em 1979 e que deixou a cidade de Colatina submersa, não deixou de ser lembrada por dona Maria. Em sua explanação, ela referiu-se à marca da água barrenta que ficou na parede por muito tempo e que só foi coberta pela pintura feita com a reforma por que passou o mercado:

“Aqui entrou muita água atingindo o nível de dois metros nas paredes da banca. Felizmente deu tempo de salvar os objetos e as mercadorias que fora, a tempo, transportados para a sobreloja."

COMERCIANTE DO ANO

Dona Maria Fidélis, com seus 91 anos na época da reportagem em 1993, enfatizou que se deu muito bem com o povo colatinense nos 42 anos de convivência e da cidade não queria mais sair. Por acreditar no progresso de Colatina e manter integralmente esta boa convivência, a fez merecedora do título "Comerciante do Ano", em 1988, conferido, pelo Clube dos Diretores Lojistas, então presidido por Antônio Serafini.

"Me dei muito bem aqui porque nunca me faltou o pão de cada dia e nunca fiquei devendo a ninguém.”

Comerciantes contemporâneos de Dona Maria desde a fundação do mercado podem ser citados: Gumercino Knupp, Celestino Coelho Knupp, José Pereira dos Santos, André Germano, Antônio Felício, Sebastião Felício, "Seu" Lourival e José "Chorão".



           Abaixo, Publicidade da página da reportagem da Revista Nossa de Março de 1993.





Fonte: Revista Nossa de Março de 1993  



 

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