ELVIRA FAZ PARTE DA HISTÓRIA



Dona Elvira Linhalis Fiorillo nasceu em Colatina, no ano de 1910, na parte central da cidade e, na época da reportagem da revista Nossa, ela estava com seus,79 anos e já era viúva, e ainda continuava residindo na cidade, com muito orgulho de ser colatinense e septuagenária. Seu marido,José Fiorillo, tinha falecido em 1988, um ano antes da reportagem, e sua lembrança ainda era bastante forte na mente de dona Elvira. Elvira nasceu onde hoje está a avenida Getúlio Vargas, e era filha dos imigrantes italianos Aurélio Linhalis e Virginia Rinaldi Linhalis, que, antes de Colatina, tiveram uma passagem por Castelo. Teve como irmãos: Dionísio, Sílvio, Isidoro, Agostinho, Afonso, Palmira e Noêmia. Elvira e José Fiorillo tiveram dois filhos: Maria Auxiliadora e José Tadeu.
Dona Elvira lembra que seus primeiros estudos, quando garotinha, foram feitos em Colatina Velha, numa escola de estuque em frente ao prédio da prefeitura. Sua primeira professora foi Maria Matos. Depois, ela foi completar outra etapa escolar, até o quinto ano, nas Escolas Reunidas, que ficavam onde hoje se encontra a Escola Aristides Freire. Para terminar o ginásio, foi preciso estudar em Vitória. Após esse período na capital, Elvira retornou a Colatina, em 1931, sendo convocada para dar aulas, a partir de então, na região onde hoje está o município de Marilândia. A viagem era feita em lombo de burro, inicialmente, e depois em carrocerias de caminhão. Foi professora em Marilândia durante 17 anos (até 1948) e nesse tempo só vinha à sede de Colatina de três em três meses, para receber o seu salário na Coletoria Estadual. De Marilândia, recorda-se das bonitas festas da padroeira da localidade, Nossa Senhora Auxiliadora, realizada no mês de maio, anualmente, e das famílias mais conhecidas na região: Campana, Morozini, Gava, Canal, Altoé, Camata, Lorenzoni, Bonna, Pandolfi, Catelã, Bonela, Corassa, Caversan, Alves, Fregona, Ceolin e Scaparti.

                                                                             


A viagem de Colatina a Marilândia consumia quatro horas e meia, e nas matas verdejantes locais era muito comentada a existência de onças e cobras. Durante os anos em que foi professora em Marilândia, Elvira se hospedou na casa do fazendeiro Alberto Ceolin.
Depois que retomou de Marilândia, após 17 anos, dona Elvira voltou para o Centro de Colatina, onde passou a dar aulas no Colégio Aristides Freire,onde ficou durante nove anos,até aposentar-se. Ela citou quatro nomes de antigos alunos: o saudoso cantor Alternar Dutra, o ex-prefeito Paulo Stefenoni, João Stefenoni e Júlio Horta. Como professoras antigas, lembrou-se dos nomes de Sebastiana Grillo (uma de suas primeiras professoras nas Escola Reunidas), Alice Alcântara (auxiliar de gabinete do Colégio Aristides Freire), Zita Botelho, Diva Conde Santos, Altamira Moraes, Edite Prado, Alda Pretti, Leda Paiva, Maria José Paiva, Teresinha Tardin e Walquiria Medeiros Bastos da Rosa.

                                                                  

Elvira Linhalis morou inicialmente onde hoje encontra-se a avenida Getúlio Vargas, onde ficava a casa de seus pais e,em seguida, após seu casamento, fixou residência ao lado da Casa Paroquial da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, onde está até hoje. A avenida Getúlio Vargas antigamente recebia o nome de rua Alexandre Calmon. Uma curiosidade citada por Elvira é que a linha de ferro da Companhia Vale do Rio doce passava, nos primórdios da colonização de Colatina, pela rua Bartovino Costa,seguindo pela parte dos fundos da Casa Paroquial e, mais adiante, pela avenida Getúlio Vargas. Na ocasião, o trem de ferro era uma maria-fumaça que,frequentemente, em sua passagem, queimava várias roupas das casas que ficassem ao alcance das cinzas.

                                                         


  Colatina era uma cidade de muitas mulheres bonitas, sendo que dona Elvira lembrou-se de duas misses Espírito Santo que eram colatinenses: Mariquinha Ferrari e Justina Primo. O Clube Recreativo, comandado por Antônio Pagani, era a grande opção para as festas e bailes, “que eram animadas, com muito amor e muito respeito”. Os carnavais passados de Colatina eram abrilhantados principalmente pelo “Conjunto dos Richa”. Houve também uma época em que, no local onde está hoje a avenida Getúlio Vargas, faziam-se bailes de carnaval num grande salão. Era a ocasião de “dar uma fugidinha” de casa para participar da festa momesca que, entretanto, era feita “com muita moral”, até mesmo nos blocos sujos.


FONTE:Revista Nossa de outubro de 1989.
Contribuição do acervo de Cláudio Wotkosky

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