MORRO DAS CABRITAS



Um local muito comentado em Colatina é o antigo Morro das Cabritas, que existia nas proximidades da Cooperativa Agrária e Hospital Sílvio Ávidos, na Rua Assis Chateubriand.

Para contar sua história, a revista nossa em 1989 escolheu os antigos moradores da região,Cecéia Traspadini, Margarida Traspadini e Rui Traspadini, filhos dos pioneiros José Maria Traspadini (Bepe) e Maria Luchini, que eram proprietários do morro desde o início da formação de Colatina.



CASARÃO

Conta Rui Traspadini que no local, além da residência da família, seus pais tinham ainda uma pequena roça e um enorme casarão onde moravam cinco famílias, sendo uma delas a da viúva Amélia Signorelli
Nas encostas do morro a família tinha ainda uma olaria que pertencia a Domingos Traspadini. Relata ainda Rui que existia também uma Igreja Batista próxima do morro, no prédio de Aurélio Gatti.

Outro membro da família, João Traspadini, tinha uma enorme barcaça que fazia frequentes viagens pelo Rio Doce para Linhares com transporte de produtos agrícolas e, na maioria das vezes, trazia mercadorias de Linhares para comercializar em Colatina.

Sobre a derrubada do Morro das Cabritas, conta Rui Traspadini que as terras de sua família foram indenizadas pela Companhia Vale do Rio Doce, na década de 40, que na época se apropriou da região para a passagem, naquele local, da locomotiva que antes passava em Vila Nova, onde se encontra até hoje a ponte de ferro que se destinava ao tráfego da “Maria Fumaça”. Explica Rui que a indenização foi como uma invasão, pois o preço da época foi irrisório e o terreno tomado à revelia.


ESPLANADA
O progresso da região se tornou realidade, porque além do local ter se transformado numa grande esplanada, a terra retirada do morro serviu para desviar o Rio Santa Maria, que antes passava nas imediações do posto de gasolina São Miguel, levando as águas do rio para o curso atual, perto do antigo Tiro de Guerra,hoje a sede do Faça Fácil ainda em sua construção.
Outro fato importante para nossa história é o registro pela reportagem da Revista “Nossa" da vinda dos avós de Rui para Colatina em 1900. Trata-se do casal João Traspadini ,e Virgínia Maioli, que tiveram seis filhos: Domingos, Maria, Virgílio, Roberto e José Maria (Bepe).
João Traspadini foi dono de uma pensão na antiga Vila Colatina, hoje'Colatina Velha, em 1918, e mais tarde teve ainda outra pensão onde é hoje o prédio Damiani, em frente à Praça Frei José, quando Colatina progredia em direção à Estação Ferroviária, onde a cidade já recebia o nome de Colatina Nova, com o surgimento da Avenida Getúlio Vargas com algumas casas e estabelecimentos comerciais. Destaca-se ainda que durante a Revolução de 30,o Morro das Cabritas serviu de trincheira para a defesa da cidade.

Como fato histórico registramos ainda que em 1915 residiu no Morro das Cabritas a família de Antônia e Felisberto Ricato, além da viúva Edwirges Maria Laurindo, juntamente com o filho Filareto Gregório e demais moradores, como: José Carangou, Joaninha Carneiro, Maria Santana, a viúva Tionilha e também a família de Acendino Felix e Ana Alvarenga Felix, com os filhos Ailton, Levi, Hélio, Dulce e Zilda, que lá residiram em 1937.


Fonte: Revista Nossa
Contribuição do Acervo de Cláudio Wotkosky

Comentários