1975: COLATINA VIU O ÚLTIMO TREM

       
 No dia 24 de outubro de 1975,a cidade de Colatina parou. Estavam na cidade, o ministro dos Transportes da época, Dirceu Nogueira, o governador da época, Élcio Alvares, diretores da Companhia Vale do Rio Doce, secretário do Estado e representantes da classe política. O motivo das presenças era a inauguração da variante da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que marcava a retirada definitiva dos trens do centro da cidade. Com meia hora de atraso chegava à Colatina uma composição especial procedente de Vitória sendo recebida pelo grande público que prestigiava o acontecimento e se comprimia na plataforma para recepcionar as autoridades, que chegavam na composição.

O então prefeito de Colatina, Paulo Stefenoni, abriu as festividades discursando na plataforma da nova estação, onde destacou a Intima ligação entre Colatina e a CVRD, o que tornou possível o avanço da cultura e do progresso em benefício do povo da cidade. Stefenoni fez um breve retrospecto, onde salientou que a construção da Ponte Florentino Ávidos era uma abertura para o norte e que o Governo não traiu o povo nas suas promessas e ainda convidou o ministro da época, Dirceu Nogueira para que retornasse brevemente à Colatina, para a inauguração da rodovia que ligava a cidade à Baixo Guandu.

RETIRADA DOS TRILHOS EM 1975 E O SENTIDO SOCIAL

Em continuidade aos discursos ocorridos em 1975 na retirada dos trilhos, falou o presidente da CVRD, Roquete Reis, que considerou a importância do desvio como de um profundo sentido social, em decorrência das dificuldades que os trilhos da estrada de ferro ocasionavam no centro da cidade. Roquete Reis frisou que os motivos que determinaram a obra não tinham fundamentos econômicos.
Discursando de improviso o ministro dos Transportes Dirceu Nogueira, destacou a importância social e urbanística da Obra.

No final das festividades, quando as autoridades retornaram no trem especial da CVRD, que ficou parado diante da nova estação, este tomou o rumo da estrada antiga e penetrou lentamente em Colatina, apitando insistentemente, perseguido por uma multidão, principalmente crianças.
Em toda a extensão da avenida Getúlio Vargas, os populares acenavam diante da passagem pela última vez do trem pelo centro de Colatina. E em quase todas as janelas, saiam gritos e acenos de lenços.
Nas ruas vários grupos de samba se organizaram com seus instrumentos, e o som era distribuído para toda Colatina através de alto-falantes. Minutos depois da partida do último trem seis caminhões estacionavam na avenida principal, em frente ao prédio do Banestes. Eles traziam barris de chopp oferecidos pelo comércio local em colaboração com a Prefeitura Municipal para serem distribuídos.

Um grande momento que marcou para sempre a história de Nossa Colatina.


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