Na edição de 1989 da Revista Nossa foi feito um relato histórico sobre um povo distante de nosso país, que imigrou para o solo colatinense no início do século e muito tem contribuiu para o progresso do município e até então passavam por despercebidos pela nossa sociedade.
Tratava-se dos sírio-libaneses que nos primeiros tempos tiveram, além de importantes atividades no setor comercial e social na sede de Colatina, deixaram também suas marcas na colonização e formação dos distritos de Itapina, Boapaba e Baunilha, além de Pancas que hoje é município.
Os sírios e libaneses, a exemplo dos italianos, alemães e outros povos, também contribuíram para o progresso de Colatina, trazendo para nossa terra seus conhecimentos, seu tino comercial e, porque não dizer, sua capacidade sem igual para o desenvolvimento.
E por falar na imigração síria e libanesa, registra-se aqui a presença, em Colatina, de um libanês que morava no início da rua Humberto de Campos: Chafi Richa. Ele nasceu em Knaisser, no Líbano, em 15 de fevereiro de 1912, e um mês depois foi trazido pelos familiares para o Brasil, fazendo uma primeira parada no estado do Rio de Janeiro, onde moraram em Cantagalo. Os prmeiros a virem para o Brasil foram os avós de Chafi, Luís Simão Richa - "que mascateava, vendia vários produtos em
lombo de burro" - e Maria Richa. Depois vieram seus pais, Elias Simão Richa e Rosa Yunis Richa, com apenas dois filhos, o próprio Chafi e Manira.
A chegada dos Richa a Colatina se deu em 1927. Eles se dedicaram aos ramos do comércio, medicina, farmácia e barbearia. Além de Chafi e Manira, libaneses legítimos, os outros irmãos, nascidos no Brasil, são: Simeão, Anísio, Nacib ("Richinha"), Acib, José, Farid, Jair, Jamil, Manir, Nagib, Wilson, Labib e Lenira, totalizando 12 homens e 3 mulheres. Os Richa se dedicaram ao ramo de comércio, em sua maioria, outros à Medicina, área laboratorial, farmácia, um foi vendedor ambulante e outro barbeiro. O médico Jamil fundou a Casa de Saúde Santa Rosa, em 1958, que funcionou na avenida Getúlio Vargas, ajudado pelos outros irmãos médicos, Farid e Wilson, o laboratorista Jair, o farmacêutico Nagib e o comerciante Manir.
Chafi Richa, hoje com 77 anos, recebeu os repórteres da Revista "Nossa" no ano de 1989, em sua casa na rua Humberto de Campos, quando comentou saudoso os tempos em que sua família chegou ao Brasil. Ele casou-se com Arminda Botoni (origem italiana) e tiveram somente uma filha, Carmem, que casou-se com Bianor Pertel. Chafi mora com a filha e o genro, já que Arminda já havia falecido há alguns anos.
O comércio mais importante desses imigrantes libaneses e seus descendentes foi a Casa Richa, que funcionou durante um bom tempo na avenida Getúlio Vargas. O próprio Chafi, na sua juventude, ajudou muito o pai, na loja de secos e molhados,tecidos e calçados que possuíam, em 1927, na Praça Municipal, perto da antiga estação ferroviária. Já a partir de 1936, após ter aprendido a profissão de barbeiro, começou a colocá-la em prática, abandonando o comércio. Como barbeiros de sua época, Chafi citou os nomes de Manoel Nogueira, Mário Ribeiro, Leoniro Signorelli e Manoel Ribeiro. Disse ainda que aposentou-se nessa profissão.
Pelas declarações de Chafi, sua família veio do Líbano por sugestão de amigos haviam estado no Brasil e levaram boas notícias de nossa terra. Entre os patrícios que os influenciaram estão os Zouain e Jacob Dalla. A mulher de Jacob Dalla, Marieta, chegou, inclusive, a ter um comércio vizinho ao de Elias Simão Richa.
Chafi Richa casou-se em 1944 e comprou a casa, na rua: Humberto de Campos, que naquela ocasião se chamava Ladeira da Caixa D’Água. A casa pertencia a Joanim Serafim. Como vizinhos antigos,citou: Francisco Ravera, Joel Gonzaga, José Sergipano, Etelvino Clementino de Souza e Paulino Pretti. Etelvino possuiu um casarão, ao lado da casa de Richa, que encontra-se demolido e deu lugar à uma nova construção.
Sobre o Brasil, Chafi Richa, que na época da reportagem em 1989, ainda tinha sua carteira de estrangeiro, mas já renovada, teve boas impressões e sobre sua família sempre foi incisivo: "Trabalhamos, economizamos, nunca exploramos ninguém. Fizemos nossa independência com isso: trabalhando, prosperando ; levando a vida em paz, sossego e harmonia, sem explorar ninguém".
NACIB RICHA
Também procurado para algumas considerações, Nacib Richa ("Richinha") citou nomes de sírio-libaneses que chegaram na mesma época: Adel Siuffi (dono da Casa Paulista) e os sócios Jorge Leão Saiegue e Jaudat (José) Rachid; Felipe Ganen - comprador de café que tinha um movimento comercial na Casa Pagani; Eduardo Baracat - tinha uma loja de tecidos na avenida Getúlio Vargas, onde se localizava a Casa Zortéia; Luiz Murad - comerciante; Luiz Zouain e José Zouain (Zuza Zouain); Antônio Nardem; Elias Simão Richa; Adelson Siuffi e Elias Jorge Bachour.
E, embora, através de relatos de vários entrevistados, tenhamos recebido a informação de que os turcos dificilmente saem da Turquia, descobrimos os nomes de dois deles que se fixaram em 1930 em Colatina: Elísio João - teve uma cerâmica em Maria Ismênia - e Gabriel - comerciante ambulante que vendia pipoca, doces e frutas em carrinho de mão. Ambos são falecidos, mas deixaram ramificações de suas famílias em Colatina.
Fonte: Revista Nossa 1989
Tratava-se dos sírio-libaneses que nos primeiros tempos tiveram, além de importantes atividades no setor comercial e social na sede de Colatina, deixaram também suas marcas na colonização e formação dos distritos de Itapina, Boapaba e Baunilha, além de Pancas que hoje é município.
Os sírios e libaneses, a exemplo dos italianos, alemães e outros povos, também contribuíram para o progresso de Colatina, trazendo para nossa terra seus conhecimentos, seu tino comercial e, porque não dizer, sua capacidade sem igual para o desenvolvimento.
E por falar na imigração síria e libanesa, registra-se aqui a presença, em Colatina, de um libanês que morava no início da rua Humberto de Campos: Chafi Richa. Ele nasceu em Knaisser, no Líbano, em 15 de fevereiro de 1912, e um mês depois foi trazido pelos familiares para o Brasil, fazendo uma primeira parada no estado do Rio de Janeiro, onde moraram em Cantagalo. Os prmeiros a virem para o Brasil foram os avós de Chafi, Luís Simão Richa - "que mascateava, vendia vários produtos em
lombo de burro" - e Maria Richa. Depois vieram seus pais, Elias Simão Richa e Rosa Yunis Richa, com apenas dois filhos, o próprio Chafi e Manira.
A chegada dos Richa a Colatina se deu em 1927. Eles se dedicaram aos ramos do comércio, medicina, farmácia e barbearia. Além de Chafi e Manira, libaneses legítimos, os outros irmãos, nascidos no Brasil, são: Simeão, Anísio, Nacib ("Richinha"), Acib, José, Farid, Jair, Jamil, Manir, Nagib, Wilson, Labib e Lenira, totalizando 12 homens e 3 mulheres. Os Richa se dedicaram ao ramo de comércio, em sua maioria, outros à Medicina, área laboratorial, farmácia, um foi vendedor ambulante e outro barbeiro. O médico Jamil fundou a Casa de Saúde Santa Rosa, em 1958, que funcionou na avenida Getúlio Vargas, ajudado pelos outros irmãos médicos, Farid e Wilson, o laboratorista Jair, o farmacêutico Nagib e o comerciante Manir.
Chafi Richa, hoje com 77 anos, recebeu os repórteres da Revista "Nossa" no ano de 1989, em sua casa na rua Humberto de Campos, quando comentou saudoso os tempos em que sua família chegou ao Brasil. Ele casou-se com Arminda Botoni (origem italiana) e tiveram somente uma filha, Carmem, que casou-se com Bianor Pertel. Chafi mora com a filha e o genro, já que Arminda já havia falecido há alguns anos.
O comércio mais importante desses imigrantes libaneses e seus descendentes foi a Casa Richa, que funcionou durante um bom tempo na avenida Getúlio Vargas. O próprio Chafi, na sua juventude, ajudou muito o pai, na loja de secos e molhados,tecidos e calçados que possuíam, em 1927, na Praça Municipal, perto da antiga estação ferroviária. Já a partir de 1936, após ter aprendido a profissão de barbeiro, começou a colocá-la em prática, abandonando o comércio. Como barbeiros de sua época, Chafi citou os nomes de Manoel Nogueira, Mário Ribeiro, Leoniro Signorelli e Manoel Ribeiro. Disse ainda que aposentou-se nessa profissão.
Pelas declarações de Chafi, sua família veio do Líbano por sugestão de amigos haviam estado no Brasil e levaram boas notícias de nossa terra. Entre os patrícios que os influenciaram estão os Zouain e Jacob Dalla. A mulher de Jacob Dalla, Marieta, chegou, inclusive, a ter um comércio vizinho ao de Elias Simão Richa.
Chafi Richa casou-se em 1944 e comprou a casa, na rua: Humberto de Campos, que naquela ocasião se chamava Ladeira da Caixa D’Água. A casa pertencia a Joanim Serafim. Como vizinhos antigos,citou: Francisco Ravera, Joel Gonzaga, José Sergipano, Etelvino Clementino de Souza e Paulino Pretti. Etelvino possuiu um casarão, ao lado da casa de Richa, que encontra-se demolido e deu lugar à uma nova construção.
Sobre o Brasil, Chafi Richa, que na época da reportagem em 1989, ainda tinha sua carteira de estrangeiro, mas já renovada, teve boas impressões e sobre sua família sempre foi incisivo: "Trabalhamos, economizamos, nunca exploramos ninguém. Fizemos nossa independência com isso: trabalhando, prosperando ; levando a vida em paz, sossego e harmonia, sem explorar ninguém".
NACIB RICHA
Também procurado para algumas considerações, Nacib Richa ("Richinha") citou nomes de sírio-libaneses que chegaram na mesma época: Adel Siuffi (dono da Casa Paulista) e os sócios Jorge Leão Saiegue e Jaudat (José) Rachid; Felipe Ganen - comprador de café que tinha um movimento comercial na Casa Pagani; Eduardo Baracat - tinha uma loja de tecidos na avenida Getúlio Vargas, onde se localizava a Casa Zortéia; Luiz Murad - comerciante; Luiz Zouain e José Zouain (Zuza Zouain); Antônio Nardem; Elias Simão Richa; Adelson Siuffi e Elias Jorge Bachour.
E, embora, através de relatos de vários entrevistados, tenhamos recebido a informação de que os turcos dificilmente saem da Turquia, descobrimos os nomes de dois deles que se fixaram em 1930 em Colatina: Elísio João - teve uma cerâmica em Maria Ismênia - e Gabriel - comerciante ambulante que vendia pipoca, doces e frutas em carrinho de mão. Ambos são falecidos, mas deixaram ramificações de suas famílias em Colatina.
Fonte: Revista Nossa 1989
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