A FAMÍLIA COMO VAI? 1994

No Editoral da Revista Nossa de Abril de 1994. Luiz Carlos Maduro comentou sobre a campanha da fraternidade daquele ano, que tinha o tema " A FAMÍLIA COMO VAI?".O diretor e Editor responsável da Revista Nossa, Maduro, soube expressar muito bem a crise familiar que naquela época já demonstrava sinais adiantados de seu declínio, e que infelizmente a família de nossa geração corrente já nem existe mais. Segue o Editoral.

Estamos no ano que a Igreja Católica lançou a Campanha da Fraternidade com o tema “A FAMÍLIA COMO VAI?” A campanha veio bem a calhar, uma vez que estamos numa época conturbada, quando a família se encontra com as estruturas abaladas devido à falta de crença religiosa e, principalmente, num período em que o mundo está em transformação, no que diz respeito a mudanças de costumes,com uma maior liberação da mulher e das leis que incentivam o desquite e o divórcio.
A Campanha chegou num bom momento, no sentido de levar à reflexão todos os casais sobre a importância da união conjugal, da formação da família e do bom exemplo na criação dos filhos. O tema da campanha surge também quando a família está no caos e a AIDS veio como uma bomba para todas as estruturas dos relacionamentos sexuais, freando, de certa forma, a promiscuidade nesse campo.
E de se notar que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi muito feliz nesta campanha porque, de mediato, todas as comunidade, entidades escolares igrejas evangélicas e outros setores da sociedade já estão levando essa mensagem da família para os pais e filhos. É o momento em que se analisa a importância de uma melhor convivência conjugal e os efeitos que atingem diretamente as crianças no instante da separação dos casais ou mesmo mau relacionamento dos mesmo no lar, fatos que são presenciados pelos filhos, causando, com isso um trauma nos adolescentes ou até i mesmo nos adultos.
Há de convir que se não houver a participação do Estado com a distribuição de renda de forma adequada, no que diz respeito à renda per capita, e controle na economia nacional, essa campanha será prejudicada. O desemprego e os baixos salários, de acordo as estatísticas, são os principais causadores de desarmonia no lar pela instabilidade que leva ao casal, com os abalos emocionais que resultam, não raro, em discussões inconvenientes.
A classe empresarial, por sua vez, deve e tem a obrigação de dar sua contribuição, para o bem estar da família, aproveitando o debate do tema provocado pela Igreja Católica. É mais que certo que um salário justo exerce grande influência numa vida conjugal mais estável. Há de se convir que o empresário só tendo a lucrar com esta atitude porque se o trabalhador for bem remunerado, ele terá uma vida mais feliz no lar e, consequentemente mais produtividade no trabalho e mais poder de compra para gastar no próprio comércio que o emprega. São questões simples que, no entanto, tem que ser assumidas de frente por todos os setores? conscientes da sociedade para dar mais estabilidade à família brasileira.




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