COM A MARIA FUMAÇA COLATINA PROGREDIA


A Companhia Vale do Rio Doce deixou marcas significativas da sua importância na transformação urbana de cidades e vilas,localizadas dentro da sua área de influência. Isto pode ser conferido, tanto a nível de Vitória como ao longo do leito da sua ferrovia,que transporta,principalmente, passageiros e minério de Minas Gerais,onde inclusive,o apito do trem chegou a definir um modo de vida,estabelecendo horários para a população destes locais.

                                                     


Ao longo do leito da Estrada de Ferro Vitória Minas,pontos que inicialmente funcionavam como apoio a sua construção,hoje se transformaram em importantes cidades e vilas. Colatina é um desses exemplos,embora a cidade não tenha surgido em função da Vale. Mas o seu grande salto para o desenvolvimento se deve à construção desta ferrovia.

O distrito de Itapina,também em Colatina,a exemplo de outras localidades,surgiu em função da ferrovia. Em Vitória uma das “marcas” da influência da Companhia está no edifício Fábio Ruschi,no centro da cidade,que foi construído exclusivamente para abrigar o setor administrativo da empresa. Atualmente, o prédio pertence ao governo do Estado.

                                                                                     

A HISTÓRIA DE COLATINA POR DETRÁS DOS TRILHOS

A história da Companhia Vale do Rio Doce está diretamente ligada à região de Colatina e adjacências,pois foi a partir da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) é que o progresso começou a se delinear efetivamente nessa área.
É importante lembrar que o Vale do Rio Doce não passava,no início do século,de uma região inóspita,habitada quase que exclusivamente por índios e animais ferozes,além de ter uma espessa vegetação e terreno de topografia difícil em razão da grande quantidade de morros.

O empreiteiro dos estudos da EFVM,que no início teve dois outros nomes (E. F. Peçanha ao Araxá e Vitória - Diamantina),foi o laborioso engenheiro Pedro Nolasco,eleito também seu Diretor-gerente. Pedro Nolasco desenvolveu suas atividades desde o começo das obras, em 1901, até falecer, em janeiro de 1935.

A construção da obra sofreu enormes dificuldades,não só pela irregular topografia e difíceis condições de penetração,como também pela redução de recursos financeiros em seus primeiros dias,que só chegavam às mãos de Pedro Nolasco depois dos serviços realizados. Mas a superação desse problema financeiro foi conseguida pela inteligência e força de vontade desse engenheiro que sempre encontrava a solução adequada para cada situação,atuando pessoalmente junto aos seus assessores em todos os quadros,com energia, e em outros momentos, com bondade, mas seguro do que queria.

A Estrada de Ferro veio propiciar a habitação,o progresso da região do Vale do Rio Doce e o transporte do minério existente no Estado de Minas Gerais,além da condução de passageiros por preços mais acessíveis,já que de outra forma os meios de locomoção eram,em algumas partes,através da navegação ou em lombo de burro. As cidades mais beneficiadas inicialmente foram Colatina, Aimorés, Conselheiro Pena, Governador Valadares e imediações. Diga-se de passagem que a estrada de ferro foi feita sem nenhum túnel, no início.

                                                                                


FONTE: Revista Nossa outubro/1989
Contribuição do acervo de Cláudio Wotkosky





Comentários