Colatina continuava o sonho dourado de uma grande região; se trabalhava meio expediente no Banco do Brasil e sobrava tempo para ‘trocar cebolas’ em algum lazer paralelo ou mesmo bisbilhotar as andanças mundanas da Praça Municipal;o rio Doce estava sempre passando majestoso embaixo da velha ponte Florentino Ávidos.
Um dia,o Kleber desdenhou a minha ‘VESPA’ e achou que era melhor comprar um jipe usado; ‘Goiaba’ era o homem que sabia tudo sobre os carros da região de Colatina;e também sobre as fofocas da cidade. Depois de alguma pesquisa,descobriu-se um todo reformado em Aimorés(MG), pertencente ao nosso colega de BB Aury Carvalho, que já havia trabalhado em Colatina; eu como motorista cara-de-pau, um vizinho funcionário do Instituto Brasileiro do Café e o Kleber fomos buscar o 4x4, seguindo as orientações rodoviárias do ‘Goiaba’, que nos recomendou passar por Panca; depois muito morro e uma chuva torrencial, conseguimos chegar a Colatina; restou dessa passagem o conhecimento de um ser humano extraordinário: ‘GOIABA’; ele sabia das coisas sobre Colatina e era prestativo.
Depois de casado, eu precisei de uma camionete para transportar u’as mudas que tinha ganhado no viveiro municipal, que ficava perto da estátua do Cristo, lugar de difícil acesso; “Goiaba’ me arrumou uma para o fim-de-semana; era uma ‘sheba’ inteirona; só tive que encher o tanque; voltei à praça para devolver o carro e lá estava ele, bem ali onde era a FORD (hoje Banco Itaú, acho) participando dos acontecimentos diários; cheguei bem quando se aproximava uma sofrida prostituta para pedir dinheiro ao “Goiaba’; ele foi direto ao assunto:
-‘Cumé ki tá sua piriquita’?
-- ‘Toda inchada de tanto fudê; o pessoal num paga’.
‘Goiaba’ enfiou a mão no bolso, tirou uma nota e deu à mulher; ele era um santo.
ALTAIR MALACARNE/17.07.2013
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